quarta-feira, 14 de abril de 2010
Como vai economicamente Portugal. Vai?
A economia portuguesa está em declínio constante, tal facto não deve ser apenas imputado à crise global, o governo também tem influência directa nesse declínio. O Senhor Sócrates devia pensar em reformas estruturais em vez de perder tempo em propaganda política. Deviam ser criadas bases para fortalecer aquilo em que somos bons e que temos recursos, tal como: Turismo (não apenas o Algarve); Cortiça; Vinho, Energias Renováveis e apostar em Investigação e Desenvolvimento de tecnologias de topo. Temos definitivamente de deixar de ser um país de manufactura para passar a ser um país de tecnologias de topo. Claro que a formação é fundamental, e não é com as “Novas Oportunidades” que são apenas uma forma de camuflar o nível de literacia. É necessário criar bolsas para investigação.
Na era do Homo oeconomicus, numa sociedade de produção de bens, mas que afinal não passa de uma sociedade de produção de privilégios, eis que surgem, de novo, os caçadores-recolectores que erram na selva das nossas cidades: são as vítimas do sistema económico que adoptamos (melhor, que nos adoptou, já que o monstro funciona por si e devorou os seus criadores, incluindo a “mão invisível”que o alimentava). Olho para o passado e relembro os discursos que nos prometiam uma sociedade de abundância, onde haveria o suficiente para todos, onde o mito da produtividade e do crescimento económico nos levariam a uma sociedade mais justa e equilibrada, como se a economia funcionasse de acordo com os princípios da “física dos fluidos” e dos vasos comunicantes. Em vez disso, o crescimento produziu e restituiu a desigualdade social, os privilégios dos mais fortes, e os desequilíbrios preexistentes aumentaram. Iludida por esses mitos e alimentada pelo discurso político de um futuro “modelo social” mais justo e fraterno, parte da população foi incapaz de aguentar o ritmo: são os “rejeitados” do sistema. E os que prosseguem na corrida, sabe Deus como, conseguem-no, mas talvez à custa de um esforço que os deixa diminuídos. Mas o sistema também prevê isso: vê-se obrigado a amortizar os danos através de gastos sociais.
O importante é que a máquina funcione, não importa como! Precisamos de um novo sistema económico orientado por políticos honestos que não patinem diante do monstro.
Nota: Homo economicus ou o homem econômico é uma ficção, formulada segundo procedimentos científicos do século XIX que aconselhavam a fragmentação do objeto de pesquisa para fins de investigação analítica.
Taxa de desemprego:
Nos países da OCDE o nosso Portugal é 5º classificado quando toca a taxa de desemprego com 10,3%, que tem como liderar isolado a vizinha Espanha com 19,4% da população no desemprego. Já no que toca a melhores registo para não tocar só em desgraças a Holanda regista a melhor taxa de desemprego com 4,2%. (dados 2010)
PIB:
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) prevê que a dívida pública portuguesa cresça para 85,9% do PIB no próximo ano.
As previsões da OCDE divergem das do Governo Português. No Orçamento de Estado Suplementar, a previsão do Executivo de José Sócrates aponta para que a dívida pública atinja 70,5% do PIB no próximo ano.
A confirmar-se esta previsão da OCDE, e o peso da dívida pública portuguesa sobre o Produto Interno Bruto (PIB) ficará acima da média dos países da zona euro, que deverá ser de 84,4% em 2010.
A previsão de 85,9% para Portugal é mesmo o oitavo valor mais elevado numa lista de 25 países divulgada hoje pela OCDE.
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